Por Miriam Leitão
A arrecadação de tributos não podia estar melhor. Em setembro, cresceu 17,68% sobre o mesmo mês do ano passado, o que representa o 12º aumento consecutivo. Até setembro, saíram dos nossos bolsos para os cofres públicos R$ 573,604 bilhões.
O IPI, que mostra bem o movimento da indústria, aumentou 26%; o PIS/Cofins, 15,61%, e a arrecadação da previdência, 11,34%. Todos esses dados mostram o crescimento econômico do país.
Agora, a má notícia: apesar de o governo estar arrecadando muito mais, por causa desse crescimento, está reduzindo o superávit primário – a economia para o pagamento de juros, aumentando o número de despesas que não registra como tal e as manobras fiscais para criar receitas artificiais, apenas contábeis, como fez com a operação da Petrobras.
O Brasil tem sido criticado no exterior por fazer essas “operações parafiscais”, que são gastos que não aparecem como gastos nas contas públicas. Isso é muito assustador, porque se começa a não confiar mais no gasto público. O superávit primário que já foi de 3%, 4%, agora, está em 1,5%. O ruim é que, como aprendemos no ano passado, há períodos de vacas magras.
Quando está tudo indo bem e o país está crescendo, é hora de aumentar a economia, guardar dinheiro, para usá-lo em momentos de dificuldades. O governo está fazendo o oposto: arrecadando demais, mas aumentando os gastos, o que é perigoso.
Fonte: O Globo