A arrecadação federal de impostos e contribuições bateu em setembro deste ano o recorde histórico para o mês ao atingir R$ 63,419 bilhões, informou nesta terça-feira (19) a Receita Federal.
O resultado representou uma alta nominal de 23,21% na comparação com o mesmo mês do ano passado e avanço real (com correção pela inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 17,68%.
Com o resultado de setembro, a arrecadação acumula no ano R$ 573,604 bilhões, um avanço nominal (considerando a inflação) de 18,62% em relação aos nove primeiros meses de 2009. Corrigida pela inflação, a arrecadação do ano acumula R$ 579,547 bilhões, uma alta real de 13,12% ante igual período do ano passado.
A arrecadação do mês ficou acima da registrada em agosto, quando foram arrecadados, ao todo, R$ 63,003 bilhões. Em todos os meses deste ano, houve avanço na arrecadação na comparação com igual mês do ano anterior.
Da mesma forma que nos meses anteriores, a Receita Federal atribui esse resultado especialmente à recuperação de indicadores macroeconômicos que influenciam a arrecadação de tributos, como a produção industrial, a venda de bens e a massa salarial, que influenciam diretamente IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), PIS/Cofins e contribuição previdenciária.
Impactos no bolso
O crescimento da arrecadação pode levar o governo a fazer mais investimentos no setor público, como a contratação de servidores ou mesmo por meio de aumento nos salários dos funcionários, o que deveria resultar na melhora dos serviços oferecidos à população – o que nem sempre acontece.
O aumento na arrecadação significa ainda que os brasileiros pagaram mais impostos, seja porque as empresas geraram mais emprego, aumentando a contribuição, seja porque as pessoas consumiram mais produtos – sobre os quais a carga tributária é intensa – ou mesmo em razão da criação de novos tributos.
Já quando a arrecadação do governo cai, a tendência é que ocorra um corte de gastos. Entretanto, o setor público não tem como reduzir suas despesas imediatamente, porque não dá para cortar funcionalismo, deixar de pagar Previdência e interromper investimentos em andamento. O governo não vai parar uma obra no meio, por exemplo. Portanto, a tendência é ele pegar dinheiro emprestado no mercado ou lançar medidas para aumentar a arrecadação.
Entretanto, se a queda na arrecadação persiste por um longo período, o governo pode reduzir seus planos de investimentos futuros, o que pode ter efeitos nos diversos setores, como infraestrutura, educação e saúde.
Fonte: R7
http://contabilidadenatv.blogspot.com/2010/10/arrecadacao-de-impostos-completa-1-ano.html