Pessoal, este artigo tem tudo a ver com o que estamos vivendo (e é só o começo…) Abs. José Adriano
5 de agosto de 2009 às 17h19
Por Jayme Rezende
É claro para todos nós que o Brasil ainda tem muitos desafios a superar em todas as áreas e ainda estamos longe de nos considerar um país justo e desenvolvido, mas temos que reconhecer que estamos no caminho destas conquistas e devemos comemorar os muitos obstáculos que já superamos.
Controlamos nossa inflação que há 15 anos era de 5000% ao ano e hoje é menor que 5%, temos uma economia razoavelmente forte, basta ver como estamos superando a atual crise mundial. Deixamos de ser devedores e hoje somos credores internacionais, alcançamos o sonhado grau de investimento (Investment Grade), estamos distribuindo melhor a renda e até reduzindo a taxa de juros do país. Elegemos um operário para nos presidir (na verdade, um sindicalista) e apesar de todos os riscos e análises em contrário, o país permaneceu respirando prosperidade e colhendo bons resultados. Nossa recente democracia está apenas deixando as fraldas, mas já é, sem sombra de dúvida, nosso maior patrimônio.
Com a imprensa livre, tomamos conhecimento de muitas coisas erradas que sempre existiram no Brasil, e sob o meu ponto de vista, estamos iniciando um processo lento e muito longo de faxina nas nossas instituições. Vejo pessoas indignadas e inconformadas com as notícias dos escândalos, sentindo impotência e frustração, e justamente por isso sinto que estamos avançando em um processo inconsciente de amadurecimento político e de cidadania que resultará em conquista social sólida e perene. Quase todos os dias um novo escândalo desvia nossa atenção e nem se quer conseguimos investigar ou punir os responsáveis por tanta corrupção, mas a verdade é que entramos em uma fase de busca por transparência.
Nossas instituições governamentais estão à prova: estatais, câmaras, senado, judiciário e, executivo. A modernização e a entrada na era digital pelo governo tem possibilitado uma fiscalização mais efetiva da sociedade em relação às contas públicas como é o caso dos salários dos funcionários públicos da prefeitura da cidade de São Paulo.
Em relação às empresas privadas, o processo de transparência também está acontecendo através da abertura do capital na bolsa de valores (IPO) e também por mecanismos criados pelo governo federal como o SPED – Sistema Público de Escrituração Digital. Porém, ao contrário do ambiente político, estes processos são extremamente profissionais e suas respectivas falhas são julgadas de forma rápida e impiedosa pelo mercado, seja por meio da queda do valor das ações negociadas na bolsa, seja pelo pagamento de multas pelos erros cometidos em relação às informações enviadas à Receita Federal, por exemplo. O famoso “jeitinho brasileiro” definitivamente anda com os dias contados na era da transparência digital.
Por outro lado, existem recompensas para as empresas que fazem o dever de casa corretamente. De modo geral, todas as companhias – pequenas ou grandes – sabem que o valor da instituição aumenta se ela está organizada e possui um bom sistema de informações que elimina desperdícios e impede fraudes.
Companhias que possuem um sistema de gestão atualizado e alinhado com a Legislação Brasileira, por exemplo, são favorecidas e fornecem com agilidade, informações confiáveis e precisas, reduzindo substancialmente a possibilidade de problemas futuros.
A transparência pregada pelo mercado é requisito sine qua non para uma era ética. Os valores requisitados pela sociedade e que se traduzem na boa governança corporativa pelas empresas estão passando da teoria à prática. Em momentos de transição como esse há dúvidas e receios e há quem não queira entrar nesse modelo. O fato é que o jogo mal começou e quem não quiser surfar essa onda, possivelmente, estará fora dos próximos campeonatos. É pegar ou largar!
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